Artista plástico César Romero será sepultado em Salvador
08/10/2025
(Foto: Reprodução) César Romero será sepultado em Salvador nesta quinta-feira (9)
O artista plástico, médico psiquiatra e crítico de arte César Romero de Oliveira Cordeiro será sepultado, na quinta-feira (9), em Salvador, onde morava. A despedida acontecerá no Cemitério Bosque da Paz, no bairro de Nova Brasília. No entanto, o horário, ainda não foi definido.
O baiano morreu aos 74 anos, na terça-feira (7), após se engasgar enquanto era alimentado por uma cuidadora. César Romero não era casado e não tinha filhos. Ele deixa duas irmãs.
Celebrado com diversas homenagens, em vida, César Romero dá nome a uma sala no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira, que abriga parte de seu acervo, e também a uma rua no bairro Caseb. Reconhecido como um dos maiores nomes das artes visuais da Bahia, o artista construiu uma carreira marcada pela valorização da cultura popular e dos símbolos do Nordeste.
Segundo a Polícia Civil, a morte dele foi constatada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Vizinhos relataram que uma equipe do órgão tentou reanimá-lo, mas o artista não resistiu.
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O g1 tenta apurar mais detalhes sobre o estado de saúde do artista nos últimos meses. O caso foi registrado na 14ª Delegacia Territorial (DT) da Barra, e uma perícia será realizada para determinar a causa da morte.
Relembra a carreira de César Romero, premiado desde a adolescência
Artista plástico e médico, César Romero morreu aos 74 anos
Reprodução | Redes Sociais
César Romero teve o primeiro contato com lápis, papel e tintas ainda na adolescência. Aos 17 anos, em 1967, recebeu do então governador Luiz Viana Filho o prêmio da 1ª Exposição Intercolegial de Artes Plásticas (EICAP), marcando o início de uma trajetória que o transformaria em referência nacional nas artes visuais.
Anos depois, recebeu o título de Personalidade do Ano – Homem Destaque do Nordeste 1978.
Formado em Medicina, ele dividiu por décadas a rotina entre o consultório e o ateliê, em Salvador. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, retratou a cultura popular, os símbolos afro-brasileiros e as cores e formas do povo. Em 2016, comemorou meio século de arte com uma exposição dedicada ao Nordeste.
Além de pintor, foi fotógrafo, designer e crítico de arte, e participou ativamente da imprensa baiana, escrevendo sobre arte e cultura. Também criou cartazes, logotipos e capas de discos, e expôs suas obras em países como Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Portugal.
César Romero criou obras que retratavam a cultura popular nordestina
Redes Sociais
César Romero foi ainda membro da Association International des Arts Plastiques (AIAP) e da International Association of Art, ambas ligadas à Unesco. Em 2001, realizou uma exposição individual no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), onde lançou um livro assinado pelo crítico Jacob Klintowitz, além de vídeos e um CD-ROM sobre sua obra.
Amiga lamenta morte do artista
Ao g1, a empresária Ozana Barreto, amiga de César Romero, lamentou a morte do artista e relembrou a relação de afeto e companheirismo que mantiveram por anos. Ela contou que a amizade começou durante uma consulta médica e se transformou em um forte vínculo pessoal.
“César foi meu terapeuta durante 10 anos. Nesse período, não podíamos estar muito juntos, com muita intimidade, por conta da relação profissional. A partir daí, quando tive alta da terapia, nós selamos uma amizade, um vínculo afetivo muito forte, onde vivíamos sempre juntos. César frequentou a minha casa, frequentamos lugares, saímos sempre... Tenho a arte dele comigo. Fui presenteada com três telas dele maravilhosas.”
Ozana Barreto foi presenteada com obras de César Romero
Arquivo Pessoal
A empresária também destacou a sensibilidade do amigo e a força simbólica das suas obras, inspiradas na cultura nordestina.
“Ficou famoso com obras que retratam pipas. Que ele agora voe! Nada é à toa, então, César fazer as pipas, se fixar nas pipas, num voo...E que ele faça esse voo solo de uma forma harmônica, tranquila, com muita luz”.
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